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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Eduardo: "Leilão do Campo de Libra foi uma decepção"

















O governador Eduardo Campos (PSB) lamentou o resultado do leilão do Campo de Libra, na Bacia de Santos (SP), realizado ontem (21) na cidade do Rio de Janeiro. O consórcio vencedor foi o formado pela Petrobras (40%), pela anglo-holandesa Shell (20%), pela francesa Total (20%) e pelas chinesas CNPC (10%) e CNOOC (10%).

“Acho que todos brasileiros e brasileiras viram com muita decepção, ontem, uma área gigante do pré-sal, o Campo de Libra, ser leiloado pelo preço mínimo e sob um processo pouco debatido com a sociedade”, declarou o socialista em seu perfil no Facebook.

“Fica a impressão que o dinheiro do petróleo, que deveria ser usado para melhorar a sociedade brasileira como um todo, já que é um bem finito e que deveria ser deixado de legado para as próximas gerações, não irá para educação e saúde, funções decididas pelo Congresso Nacional. A gente percebe que o dinheiro vai terminar compondo a questão fiscal dura que o país atravessa, apenas amenizando a falta de caixa do governo. E isso nos preocupa”, completou.

Eduardo criticou o modelo de disputa adotado pelo Governo Federal e questionou se o plano de negócio para exploração da reserva possui tópicos pertinentes voltados ao uso consciente e preservação do meio ambiente, bandeiras defendidas por sua neo-aliada, a ex-senadora Marina Silva (PSB).

“Espero, agora, que o plano de exploração da reserva de Libra seja apresentado, inclusive o plano de negócio para que a gente possa saber quando é que vai ser feita essa exploração e em que condições será feita a questão ambiental. Porque não é singelo explorar petróleo a mais de cinco mil metros. A gente precisa ter segurança que a tecnologia a ser utilizada garantirá que o Brasil, além dos prejuízos claros que teve no processo de venda, também não seja vítima de um desastre ambiental de proporções imprevisíveis.”

A estreia do modelo de partilha, criado para as novas áreas do pré-sal, surpreendeu analistas e investidores, que esperavam competição entre a parceira da estatal brasileira com as companhias asiáticas e um grupo encabeçado pelas europeias. Com o arranjo final, a Petrobras, operadora compulsória do campo com participação garantida de 30%, elevou a sua participação para 40%.

A exploração do Campo de Libra deve elevar substancialmente as reservas nacionais de petróleo, atualmente de 15,3 bilhões, acrescentando mais 8 bilhões a 12 bilhões. Esse acréscimo poderá fazer o país saltar da 11ª colocação entre os produtores mundiais de petróleo para a terceira, quando alcançar o auge da produção na área, com picos de 1,4 milhão de barris diários, em 2025.

Com o único envelope aberto na tarde de ontem, durante cerimônia realizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), em um hotel do Rio de Janeiro, a maior reserva petrolífera já descoberta no país foi arrematada, sem ágio, pelo percentual mínimo de 41,65%, em volumes separados à União. Apesar disso, as autoridades presentes aplaudiram o resultado e o contrato de 35 anos será assinado em um mês, quando o consórcio vencedor vai pagar R$ 15 bilhões em bônus ao caixa do governo.


Fonte : Diario de Pernambuco.

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