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sábado, 26 de outubro de 2013

Escola-modelo de R$ 31 milhões está abandonada na zona sul de São Paulo Piscinas do CEU estão desativadas há três anos

CEU na zona sul tem infiltração nas salas, piscinas deterioradas, portas que não fecham e falta de bebedouro

Marcelo Ximenez/CMSP
Um dos maiores orgulhos CEU, as três piscinas estão desativadas há três anos
Ao custo de R$ 31 milhões, o Centro Educacional Unificado (CEU) Florinda Lotaif Schahin, no M’Boi Mirim, zona sulde São Paulo, apresenta tanto desgaste estrutural que parece ter sido inaugurado muito antes de 2008. A construtora, a Schahin Engenharia, agora é acusada de ter utilizado material de segunda para colocar de pé o complexo escolar inaugurado há apenas cinco anos.
Essa é a conclusão preliminar dos membros da Comissão de Educação, Cultura e Esportes da Câmara Municipal, que visitou o CEU Guarapiranga – como é popularmente conhecido – no dia 25 de setembro. O iG também foi ao espaço de 10.500 m² e confirmou as irregularidades a que estão sujeitos os alunos da creche, pré-escola e ensino fundamental.
Marcelo Ximenez/CMSP
No teatro, outro orgulho do CEU, uma placa afixada onde deveria ter um bebedouro recomenda aos alunos que tragam sua própria garrafa com água
Um dos maiores diferenciais do modelo CEU, as três piscinas estão desativadas há três anos. Na principal delas – a semiolímpica – os azulejos se soltaram. “O problema é de manutenção, não de construção. Como a direção deixou a piscinasem água, o rejunte ressecou”, justificou à Comissão o gerente jurídico da Schain, Armando Mesquita, retrucado em seguida pelo vereador Paulo Reis (PT): “Então por que o piso ao redor delas também se soltou?”
Mesquita não respondeu sobre a ferrugem que tomou conta do mecanismo de limpeza e aquecimento das piscinas, nem teve respostas para as frequentes sobrecargas elétricas que afetam todo o complexo, especialmente a região daquadra coberta.
Com algumas vigas trincadas, as portas de algumas classes não fecham. As goteiras e infiltrações atingem a maioria das 41 salas, mas nenhuma tão gravemente como o espaço de informática, proibida de ser usada em dias de chuva.
No teatro, outro orgulho do CEU, uma placa afixada onde deveria haver um bebedouro recomenda aos alunos que tragam sua própria garrafa com água. Segundo o vereador Toninho Vespoli (PSOL), os problemas começaram a ser relatados pela administração do CEU dois anos depois da inauguração.
Marcelo Ximenez/CMSP
A ferrugem tomou conta do mecanismo de limpeza e aquecimento das piscinas
Para o vereador Paulo Reis, a Schain terá de demonstrar que não utilizou material de má qualidade porque “nenhum outro CEU” visitado por ele apresenta “tantos problemas”. “Uma obra bem paga não deveria estar desse jeito”, diz ele. Inicialmente orçada em R$ 21 milhões, o prédio só saiu do papel depois que a prefeitura desembolsou R$ 10 milhões a mais.
O representante da Schain afirmou à comissão que não poderia responder à maioria das questões por não ser técnico, mas se comprometeu a levar uma equipe de engenheiros para avaliar os estragos. A garantia da obra, no entanto, terminou este ano.

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